Temas dos Projetos

1. Competividade e Desenvolvimento Empresarial

 

Projeto: Aprimoramento da Lei de Falências

Coordenador: Professor Luis Henrique Braido

Descrição:

A literatura econômica teórica e empírica traz evidências do importante papel que mecanismos como a Lei de Falências desempenha no desenvolvimento do mercado de crédito e, em última instância, no desenvolvimento econômico de um país. Por esse motivo, visando aumentar a sua eficácia (via, entre outras mudanças, aumento de proteção aos credores segurados), foi promovida no Brasil uma grande reforma na legislação falimentar em 2005, bastante inspirada na legislação americana, e que trouxe impactos positivos e relevantes sobre o mercado de crédito e a produtividade das empesas, conforme evidenciado por dois relevantes trabalhos acadêmicos: Araújo, A.P., R.V. Ferreira, and B.Funchal (2012). The Brazilian bankruptcy law experince. Journal of Economics 131 (3), 1365-1413). Entretanto, a taxa de recuperação dos credores no país ainda permanece muito baixa. Segundo dados do Banco Mundial verificou-se um expressivo aumento após a reforma (de 0,2% em 2004 para 12% em 2007 e permanece no mesmo patamar em 2017), mas a taxa se estabilizou em um nível ainda muito abaixo da média de outros países (América Latina: 26%; OCDE: 72%). Apesar dos grandes avanços conquistados com a reforma de 2005, relevantes fricções podem estar limitando as contribuições do sistema falimentar. Este projeto visa a construir uma extensa base de dados de processos falimentares brasileiros com o fim de investigar potenciais ineficiências no sistema e propor aprimoramentos na legislação capazes de dirimi-las. O projeto de pesquisa será desenvolvido em parceria com a Northwestern University e Kellog School of Management, que contam com pesquisadores experientes no tema e com contribuições acadêmicas para a avaliação do caso brasileiro.

 

Projeto: Mercado Competitivo de Seguros

Coordenador: Professor Humberto Moreira

Descrição:

O objetivo da pesquisa é estudar o funcionamento de mercados competitivos de seguros com múltiplas fontes de informação assimética entre empresa e consumidores. A extensão da teoria clássica do seguro competitivo, que pressupõe que os consumidores diferem apenas em suas características de risco, nos permite compreender o efeito de várias intervenções políticas, como restrições sobre preços de empresas, subsídios de seguros, ajustes de risco e mandatos. Um dos principais exemplos de mercados com assimetrias de informação é o seguro: a receita total de prêmios de seguro de automóvel pagos a seguradoras privadas é extremamente elevada. A literatura empírica sobre o assunto focou por algum tempo em como identificar a presença de informação assimétrica nos mercados de seguros. Esses testes são adequados sob uma ampla gama de casos. No entanto, como corretamente mencionado em Einav e Levin, a fim de avaliar o tamanho do efeito informacional e discutir o efeito de várias políticas, é necessária uma compreensão mais profunda das fontes dessa assimetria informacional. Seguindo essa observação, vários trabalhos identificaram o tipo de assimetria de informação em diversos mercados (Cohen e Einav (2007), entre outros trabalhos). Como esperado, esses artigos descobriram que os consumidores são heterogêneos em múltiplas dimensões, diferindo não apenas em seus níveis de risco, mas também em suas preferências de risco. Em outras palavras, os mercados de seguros apresentam informações privadas multidimensionais. Como apontado por Einav e Levin (2015), avanços na teoria de mercados com seleção adversa são muito necessários. A principal razão é que, depois de experimentar diferentes políticas, a melhor ferramenta para prever os possíveis efeitos de diferentes intervenções governamentais é usar modelos que possam ser resolvidos. A ausência de tais modelos limita o quanto pode ser feito com a informação aprendida com os dados de escolha do consumidor, como em Cohen e Einav (2007). Recentemente esta área de pesquisa teórica tem recebido alguma atenção: por exemplo, seguro que podem ser usados por empresas de seguro, e Azevedo e Gottilieb (2014) mostram que um competitivo o equilíbrio sempre existe, mas eles não fornecem uma caracterização explícita do conjunto de possíveis equilíbrios.

 

Projeto: Regulação Econômica, Novos Modelos de Negócio para Utilities e Desenho de Mercados

Coordenadora: Professora Joisa Dutra

Descrição:

Uma regulação adequada deve acolher e fomentar a convergência entre energia e mobilidade urbana no Brasil, fenômeno que requer uma arquitetura complexa e alinhada aos novos ecossistemas emergentes de cadeias de valor e que incluem não somente a indústria de eletricidade e o setor de transportes/mobilidade urbana, mas também a infraestrutura de serviços nas cidades (inteligentes), os fabricantes de equipamentos como baterias e veículos elétricos, e os diversos tipos de consumidores e usuários. Essa convergência deve operar sobre regulamentações setoriais sustentáveis e resilientes, de modo a criar os incentivos econômicos adequados e mercados que permitam a negociação dos novos produtos, oriundos das tecnologias disruptivas. A base teórica, além da clássica teoria da Regulação, será lastreada na teoria de Market Design, bem como nos desenvolvimentos recentes em Ciência de Dados (Data Science). Os pontos de partida serão os setores de eletricidade e mobilidade urbana, já alvo de intensas transformações por conta da inserção de geração distribuída de energia/recursos renováveis, digitalização e internet das coisas, sistemas para medição e uso eficiente de energia, programas de resposta da demanda, desenvolvimento de equipamentos para armazenagem (baterias) e veículos elétricos. A interação com outros mercados - eletricidade e Gás Natural, por exemplo - também será alvo da pesquisa, com foco do desenho econômico adequado de mercados físicos, financeiros e de derivativos para as commodities em questão.

 

2. Desenvolvimento Econômico e Social

 
Projeto: Educação como Motivador de Inserção Social

Coordenador: Pedro Cavalcanti Ferreira

Descrição:

Estudar os impactos econômicos da educação. Sobre bem-estar, renda, consumo, além dos seus efeitos na inclusão social, pobreza, violência, entre outras áreas. Trata-se de propor medidas de capital humano ligadas à educação de cada indivíduo (e de uma nação como um todo) de forma a revelar a importância da educação no desenvolvimento financeiro e de bem-estar pessoal (bem-estar nacional). Essas medidas podem balizar o investimento ótimo em educação do ponto de vista individual e nacional. Serão realizadas atividades com instituições de ensino e pesquisa dos Estado Unidos da América.

 

Projeto: Economia Ambiental: Desmatamento, Uso da Terra e Mudanças Climáticas
Coordenador: Francisco Costa

Descrição:

Desmatamento de florestas tropicais é uma das principais causas das mudanças climáticas. Estas vastas extensões de florestas capturam carbono da atmosfera e têm um papel fundamental no (des) equilíbrio do clima no mundo. Se por um lado desmatamento impões custos ambientais à sociedade de maneira mais ampla, o uso da terra para fins produtivos pode gerar renda e melhorar a qualidade de vida da população que habita áreas de bioma tropical. Este é um problema clássico em que agentes privados locais não levam em conta a externalidade ambiental de suas ações quando decidem sobre o uso das áreas florestais. Esta relação tem implicação direta tanto na discussão sobre o uso da terra bem como sua preservação, quanto nos efeitos distributivos de políticas de prevenção de desmatamento, incentivos agrícolas, obras de infraestrutura e desenvolvimento local. Todas essas dinâmicas são potencializadas em um cenário de mudanças climáticas com impactos ainda incertos. Nesses casos, dada as externalidades ambientais de tais temas, a teoria econômica sugere um espaço claro para intervenção governamental. Porém, uma série de questões precisam ser endereçadas. Qual o impacto de mudanças climáticas no uso da terra e produção agrícola? Como e quais políticas públicas podem atenuar os efeitos de mudanças climáticas? Como e quais políticas públicas podem contribuir para reduzir taxa de desmatamento e promover eficiência no uso de terras para fins produtivos? Quais são os efeitos redistributivos dessas políticas? Qual o nível ótimo de tais intervenções? Este projeto tem por objetivo contribuir para o entendimento de questões relacionadas a Economia Ambiental utilizando microdados e metodologias empíricas de fronteira. Serão realizadas atividades com instituições de ensino e pesquisa dos Estados Unidos da América, Reino Unido e Canadá.

 

3. Política Monetária Fiscal

 
Projeto: Política Monetária Fiscal

Coordenador: Professor João Victor Issler

Descrição:

Investigar possíveis melhorias as políticas monetária e fiscal sob diversos pontos de vista, incluindo Programas de Metas de Inflação, Tributação Ótima, Abertura Comercial em regimes de câmbio flutuante, etc. Em Economia, expectativas são fundamentais para a adesão dos agentes econômicos. O Banco Central do Brasil possui a melhor e mais composta base de dados de expectativas do mundo, o que despertou o interesse de pesquisadores daqui e de fora do Brasil. Trata-se de um projeto de longo prazo que visa entender e aprimorar a eficiência da política monetária usando uma base de dados de expectativas. O foco inicial é com os dados sobre expectativas de inflação, que são vitais para a implementação da política monetária. Queremos entender como se forma as expectativas, seus principais determinantes, sua dinâmica, etc. Serão realizadas atividades com instituições de ensino e pesquisa dos Estados Unidos da América, Portugal, Espanha, França e Reino Unido.

 

Projeto: Teoria de Finanças e Finanças Empíricas

Coordenador: Professora Cecília Machado

Descrição:

Estudar teorias de finanças e finanças empíricas com o intuito de melhorar a eficiência do sistema financeiro nacional, aproveitando as experiências bem-sucedidas de outros países em termos de ambiente de negócios e ambiente regulatório. Em finanças é importante estudarmos a interação entre ambiente macroeconômicos e financeiro como base de uma teoria de finanças, pois, os agentes econômicos decidem o quanto consumir e poupar conjuntamente. Logo, isso tem implicações macro - consumo - e implicações em finanças - como transferir riqueza de um período para outro, i.e., de que forma poupar. Estudos integrados dessa natureza são relevantes para a população dado que recentes crises globais tiveram origem no setor financeiro. Serão realizadas atividades com instituições de ensino e pesquisa dos Estados Unidos da América, Portugal, Espanha, França e Reino Unido.

 

Projeto: Teoria e políticas Macroeconômicas

Coordenador: Professor Aloísio Araújo

Descrição:

O regime de metas de inflação, introduzido no Brasil em 1999, tem sido um aliado importante para garantir uma a estabilidade monetária. Porém, a recente deterioração fiscal, em que a dívida bruta saiu de 50% do PIB em 2013 e atingirá 80% em 2020 segundo projeções do Instituto Brasileiro de Economia (IBRE), se coloca como um desafio para o sucesso da atuação do Banco Central. Essa trajetória fiscal reduzirá a capacidade de coordenar as expectativas de inflação em patamares reduzidos e limitará o alcance da política monetária. A proposta de projeto consiste em desenvolver um modelo que permita avaliar um nível de reservas internacionais que maximize uma medida de bem-estar de um pais que, para adquirir ativos externos, emite títulos públicos denominados em moeda local. Dessa forma, para manter um determinado nível de reservas internacionais, o país incorre no pagamento de juros da dívida pública e se beneficia do recebimento de juros sobre os ativos externos. A escolha de um nível de reservas internacionais que leve em conta a diferença entre as taxas de juros do passivo doméstico e do ativo externo contribui para evitar o agravamento do déficit público em economias em situação fiscal frágil. A abordagem intertemporal do modelo Cole e Kehoe (2000) fornece uma possibilidade de aproximação a este estudo. Neste caso, há um governo que consome o único bem da economia, emite títulos denominados em moeda doméstica para credores locais e também adquire ativos externos. Além disso, o governo pode se financiar externamente em moeda estrangeira e a acumulação reservas internacionais, ao se constituir em um colchão de liquidez para a economia, afeta o preço desses títulos no mercado internacional pela diminuição do prêmio de risco soberano. Assim, há um trade-off entre o custo da acumulação de reservas e a redução do risco de default do país, que afeta não apenas o retorno dos títulos do governo, mas também os das empresas domésticas que obtêm crédito no mercado financeiro internacional.

 

Projeto: Mercado de Trabalho, Tributação, Seguridade e Desenvolvimento Econômico: Teoria, Evidencia e Propostas de Reformas

Coordenador: Professor Felipe Iachan

Descrição:

Esse trabalho busca responder como e quanto a informalidade e a evasão afetam o desenho de políticas tributárias eficientes. Em particular, estamos preocupados em entender como os impostos sobre folha de pagamento deveriam ser cobrados e, portanto, quais reformas poderiam ser propostas quando o objetivo é reduzir as distorções econômicas geradas pela evasão fiscal. As contribuições deste trabalho podem ser resumidas em: (i) Levantamento de evidências empíricas obre evasão fiscal e tributação em folha: explorar como o grau de evasão fiscal (e/ou informalidade) se relaciona com arrecadação tributária. Identificar regularidades entre evasão e importantes características setoriais. (ii) Contribuição teórica na literatura de políticas fiscais: Este trabalho visa também contribuir teoricamente na questão sobre tributação ótima e evasão fiscal, propondo um modelo que permite esclarecer o comportamento observado nas evidências empíricas. (iii) Tributação e evasão no Brasil: O estudo se propõe a avaliar os impactos de diversas políticas de desoneração e oneração a folha de pagamento na presença de evasão e informalidade e utilizar essas informações para propor melhorias no sistema tributário. Serão realizadas atividades com instituições de ensino e pesquisa do Reino Unido.